terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Samba deles















Maria do Socorro
Suas pernas torneadas
Pelas ladeiras do morro
Ela vai no baile funk
De shortinho top e gorro
É afim do Zé Galinha
Mas namora o Zé Cachorro

E no baile
Só da ela
Só da ela
Ja foi miss comunidade da favela
Hoje sonha em morar noutro lugar
Mas Zé Cachorro não deixa
A gata se queixa
Mas fica por lá

Maria Rita-Maria do Socorro

Tava ouvindo essa música e de repente me peguei criticando a Maria (não tenho nada contra ela não, até curto algumas músicas). O mais recente trabalho dela é sobre samba. Pensei sobre como alguém que nunca pisou numa favela, pode querer capturar a malandragem, mais ainda, como quem nunca conviveu com as tristezas de cotidiano sofridas pela gente sofrida do morro pode conseguir dar o tom de tristeza-esperançosa-chorosa-apaixonada ao samba que canta? Acho difícil. Não só por ela não, falo por mim também e todos os músicos que vivem fora dessa realidade; me acho incapaz de fazê-lo. O samba do asfalto é interpretado. O samba vivido do morro, esse sim é cantado. E está cada vez mais na moda gente do asfalto interpretar samba né?Uma febre! O Brasil há muito exporta a imagem de país do samba. Muitos(turistas ou brasileiros mesmo) compram enganados esse produto...não sabem que a essência do samba não se vende. Se vive.

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