terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Mais tarde

Sei que isso de rimar amor com dor já é mais que batido
Mas sei lá
Acho que não há amor de verdade
Se de tão grande por falta de espaço não faça doer
Acho impossível até
Não sei se de tão subjetivas as músicas do Camello me fazem viajar além de onde de repente elas realmente propõem...aprendi a amar com quem amava e amo.
De tão subjetivamente...literalmente.

pode ser até do corpo se entregar mais tarde
parece simples mas a gente às vezes é
e o amor é lindo deixo
tudo que quiser eu não me queixo em ser ai ai ai ai
acho normal ver a vida feito faz o mar num grão de areia
é de se entregar a sorte e todo mundo vai saber
é de se entregar a sorte e todo mundo vai saber
em ver que o vai e vem pode ser eterno
pra ver quem manda
acho que não vai dar tô cansado demais
vou ver a vida a pé ai ai ai ai
acho normal tá no mundo feito faz o mar num grão de areia

(Mais tarde-Marcelo Camello)

domingo, 13 de dezembro de 2009

verso?

Às vezes não termino a palavra
Às vezes não concluo a idéia
Deixo coisas subentendidas
Vagas idéias são muito mais charmosas
Já plantei uma árvore
Tenho um violão a quem chamo filho
Mas ao invés dum livro eu escreva talvez um dicionário

sábado, 21 de novembro de 2009

Sobre tudo

Sempre evitei temas religiosos por aqui, porque penso que a ignorância de interpretação acabaria por afastar as pessoas do meu objetivo. A idéia.

Esse texto é sobre Deus. Peço que o leitor se atenha ao Deus do seu ponto de vista pessoal.

Esse texto nasceu na estação de metrô do Maracanã.

Estava a caminho da estação quando uma moradora de rua me abordou. Seu semblante me despertou pena e ao mesmo tempo medo. Ela perguntou:

“Por que Deus abençoou tanto a você e a mim não?”

Fiquei sem palavra. Assim mesmo no singular. Ela me fez uma das perguntas que sempre me inquietaram. Fui andando pra estação meio que em stand by. Aquela pergunta havia ido mais fundo do que eu esperava.

Sou católica (mesmo, não de estatística), sempre me perguntei a respeito disso. Acho que qualquer um que se importa o mínimo que seja com as pessoas, um dia já se perguntou sobre isso.

Depois de um bom tempo refletindo, cheguei a uma conclusão.

Não acredito que Deus seja um menino brincando com as nossas vidas. Mas Ele não faz nada por si só. Ele precisa das nossas mãos.

Se Deus fizesse milagres a todo tempo certamente os chamaríamos coincidências.

Adoramos dar crédito ao acaso.

Depois que isso passou pela minha cabeça me aquietei. Pra quem acredita, Deus responde. Simples e objetivamente.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Voz

A voz é atemporal
Comum mas pessoal
Ela é...
Traduz a vida
Num simples primeiro choro
E o extinguir desta quando se cala
Tem gente que a tenta
Transformar em poesia, prosa, melodia
É bonito mas não é a mesma coisa
Pois não é possível transformar com a mesma beleza
Um inspirar em vírgula
ou em simples pausa de semicolcheia
Ela sempre será...
Talvez a melhor maneira de expressar
A euforia imensa de carnaval
A dor profunda de um samba
O amor correspondido ou unilateral



Não foram poucas as vezes que pensei em escrever sobre a voz...Mas sabe quando você ama tanto algo que toma todo o cuidado para poder definir da melhor maneira possível o que sente, e as vezes só encontra palavras mesquinhas e acaba não dizendo nada...ou muito pouco? É assim que me sinto.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

23em29

Mais um ano se passou...como inicia aquela música chata e pra baixo que a Sandra de Sá canta, a frase caiu bem aqui...
Mais velha, mais confiante, mais certa do que quero, confusa ao mesmo tempo (senão não seria eu), menos disposta a perder tempo por bobagens , mais pensativa e pensante,procurando a graça nas pequenas coisas, muitas vírgulas,para inspirar, pontos e vírgulas,para esperar, reticências, e conclusões. Um furacão de coisas que nem sei descrever,um pouco nostálgica...Feliz!
Dia bom ao som de Maria Gadú...Nublado, mas gosto de dias assim...
Ironia do data, reparei o primeiro fio de cabelo branco...
Uma frase de um samba me fez rir...
“Quem procura aquilo que não perdeu quando encontra não reconhece”.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Da liberdade

Cada ser tem um jeito de olhar, ouvir, sentir e assim se expressar. O problema (ou não) é que cada um tem um jeito diferente, como quando no jardim de infância você pintava o seu desenho de um jeito que o coleguinha achava horrível...Não é de hoje que ouço pessoas se queixarem a respeito de certas coisas que interpretam como exagero e fanatismo religioso. Religioso, como todo.
Não posso deixar de dar razão algumas vezes, a gente tá cansado de saber que a religião virou pra muitos comércio, onde os consumuidores são submetidos a qualquer tipo de lavagem cerebral.
Mas o ponto em que quero tocar é que não podemos generalizar. Da mesma forma a gente também tá cansado de saber que a religião ajuda muita gente a se encontrar. E se o encontro é verdadeiro, pra mim é válido. Mesmo que não saibamos, ou não admitamos, todos sem exceção buscam algo maior, além.
E se a pessoa quer gritar, chorar, pôr pra fora o que tá sentindo num momento, por que deveria se reprimir? Se fosse num show de rock ninguém perderia tempo em interpretações...Pra mim a liberdade de expressão é lei.E como tal, não possui nenhuma restrição.

sábado, 19 de setembro de 2009

Melhor idade


Hoje estava eu na facu estudando um pouquinho de música no tempo vago...de repente começo a ouvir o som crescente de um trompete seguido por uma orquestra. Fui procurar a fonte do som, adentrei o teatro, quando me surpreendi. Vi uma platéia lotada de um monte de gente de cabelo branquinho...Prestigiando a orquestra (ótima por sinal) .Essa era formada por talentosos ilustres também de cabelo branco. A alegria do local era notável e contagiante!Quanta longevidade! Tocaram desde New York ,New York até Tom Jobim...eu cantei juntinho o que conhecia...Eles brilhavam no palco e cá embaixo umas senhoras pés de valsa se acabavam de dançar...É muito bom ter parênteses assim quando menos se espera na nossa rotina...Faz uma diferença tão grande...E aqueles velhinhos me fizeram ver a terceira idade com outros olhos...tomara que um dia possa ser como eles....tanto conhecimento! pena que não enxergado por todo mundo! novidade

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Compre sonhos!


Final de férias, tô muito feliz...entreguei-me ao ócio, escrevi, vi vários filmes, ouvi muita música, encontrei algumas pessoas que são importantes pra mim e li.Li muito!Além de blogs de amigos, li O Caçador de Pipas(de Khaled Hosseini)e O Vendedor de Sonhos(de Augusto Cury). Eu indico os dois;maravilhosos!. O segundo é mais reflexivo...mexeu mais comigo. Me fez repensar muitas coisas... A seguir alguns trechos:

Trabalhamos, compramos, vendemos e construímos relações sociais; discorremos sobre política, economia e ciências, mas no fundo somos meninos brincando no teatro da existência, sem poder alcançar sua complexidade.

Quando considero a brevidade da existência dentro do pequeno parêntese do tempo e reflito sobre tudo o que está além de mim e depois de mim, enxergo minha pequenez. Quando considero que um dia tombarei no silêncio de um túmulo, tragado pela vastidão da existência, compreendo minhas extensas limitações e, ao deparar com elas, deixo de ser deus e liberto-me para ser apenas um ser humano. Saio da condição de centro do universo para ser apenas um andante nas trajetórias que desconheço...

Deus, quem és tu? Por que te calas diante das loucuras de alguns religiosos e não abrandas o mar de dúvidas dos céticos? Por que disfarças teus movimentos atrás das leis da física e escondes a tua assinatura nos eventos que ocorrem ao acaso? Teu silêncio me inquieta!

E, para sua surpresa, o estranho completou:
— E para os que pensam em pôr um ponto final na vida, procuro vender uma vírgula, apenas uma vírgula.
— Uma vírgula? — perguntou, confuso, o sociólogo.
— Sim, uma vírgula. Uma pequena vírgula, para que eles continuem a escrever sua história.

Uns têm uma loucura visível e outros, oculta. Que tipo de loucura você tem?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Da música brazuca


Sabe uma coisa que me irrita um pouco na atual música brasileira?Essa história de músicos brasileiros comporem e cantarem em inglês,ignorando o fato que na maioria das vezes o público não compreende muito bem o que está sendo cantado. Nacionalismo não tão à parte, nossa língua é tão bonita...é impossível não achar palavra que expresse qualquer sentimento e com muita propriedade!
Sei que a gente tá na era da internet, e que seu trabalho em inglês pode ser apreciado por muito mais gente em qualquer lugar do mundo...Sei também que essa história de compor e interpretar em inglês vem de quando Rita Lee era a mocinha mutante (relato mais antigo pelo que me lembro...não pesquisei).
Acho que a beleza do que é nosso se perde um pouco.
Antigamente, quando criança, quando fazíamos algo digno de despertar o orgulho dos pais, esses às vezes a nosso contra gosto, mostravam pra família e então pros vizinhos...hoje muitas vezes os pais sabem das novidades das vidas dos filhos pela internet. A novidade é mostrada pro mundo e depois dentro de casa. Isso que acontece com a música. Muitas vezes pessoas muito talentosas são reconhecidas lá fora e não conhecidas no seu próprio país. O mercado fonográfico saturado,a falta de incentivo cultural, são tantas as variáveis que interferem sobre isso... É claro que não pensei em todos os pontos de vista possíveis. Só falo do que me incomoda um pouco...taí. Bandas que gravam primeiro em inglês e depois em português (isso se gravarem).
Bandas com nomes descaradamente inspirados em qualquer coisa não brazuca. Bandas com nomes não facilmente associáveis e identificáveis...
NX zero...não parece nome daquele produto inútil à venda no shoptime?rs
“-Compre agora mesmo o seu NXzero!”
Tá...isso tudo não me irrita tão pouco assim...mas posso conviver .
Saudades da música brazuca de antigamente...

domingo, 16 de agosto de 2009

...


Na verdade nunca sabemos o que queremos!
Finalmente depois de muito tempo, consegui férias totais, sem trabalho, sem faculdade, tempo pra não fazer nada ou fazer tudo o que quero!
Claro que eu tô aproveitando, mas depois de um tempo não se tem nada pra fazer. Recorro à internet. Não encontro nada! Leio os blogs preferidos, as notícias, as fofocas (por que não? rs)...mas e depois?Que tédio! Não tem nada na internet realmente relevante...ou será que preciso expandir meus horizontes virtuais?...sei lá...quem tiver alguma dica...acho que vou recorrer a boa e velha distração:um livro
Aliás, tem bienal do livro vindo por aí!...10 a 20/09 no Riocentro...

sábado, 25 de julho de 2009

Tadinho!



Ontem foi a festa de aniversário de 4 anos do meu afilhado(o cacá). Estava eu lá no meio da criançada sem muita coisa pra fazer, entre um salgadinho e outro, além de ouvir as mães contarem os feitos únicos de seus filhos (porque pra mãe o mais corriqueiro que seu filho faz é único, nenhuma outra criança faz). Mas entre um comentário e outro, um chamou a minha atenção. Minha vizinha contou que seu filho o Arthur (tutu pros mais chegados), ao ouvir o tema musical dos personagens Maya e Bahuan (da novela das 9:05), começa a chorar. E chorar muito. A música é Não se Esqueça de Mim , quem interpreta é a Nana Caymmi e o Erasmo Carlos... nem é das mais tristes que já ouvi (há de se considerar o jeito peculiar que a Nana interpreta,ahh... tem gente que gosta).

Mas o intrigante pra mim foi como um bebê de 8 meses pode se emocionar dessa forma?Será que Freud explica? Pra mim foi espantoso, não sabia que acontece com criança a mesma reação que acontece com gente grande. Mas achei bonito. Uma das provas que a música não precisa de entendimento a gente só sente e pronto. Transcende.


sexta-feira, 3 de julho de 2009

(música pra motivar)

Tá cansada, senta
Se acredita, tenta
Se tá frio, esquenta
Se tá fora, entra
Se pediu, agüenta
Se pediu, agüenta...

Se sujou, cai fora
Se dá pé, namora
Tá doendo, chora
Tá caindo, escora
Não tá bom, melhora
Não tá bom, melhora...

Se aperta, grite
Se tá chato, agite
Se não tem, credite
Se foi falta, apite
Se não é, imite...

Se é do mato, amanse
Trabalhou, descanse
Se tem festa, dance
Se tá longe, alcance
Use sua chance
Use sua chance...



Se tá puto, quebre
Ta feliz, requebre
Se venceu, celebre
Se tá velho, alquebre
Corra atrás da lebre
Corra atrás da lebre...

Se perdeu, procure
Se é seu, segure
Se tá mal, se cure
Se é verdade, jure
Quer saber, apure
Quer saber, apure...

Se sobrou, congele
Se não vai, cancele
Se é inocente, apele
Escravo, se rebele
Nunca se atropele...

Se escreveu, remeta
Engrossou, se meta
E quer dever, prometa
Prá moldar, derreta
Não se submeta
Não se submeta...

Do It
Lenine

Sobre as impressões (música pra emocionar)

Eu encontrei-a quando não quis
mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pra eu merecer
antes um mês e eu já não sei

E até quem me vê lendo o jornal
na fila do pão sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena

Ah vai!
Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
afim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola

Eu encontrei-a e quis duvidar
Tanto clichê deve não ser
Você me falou pra eu não me preocupar
ter fé e ver coragem no amor

E só de te ver eu penso em trocar
a minha TV num jeito de te levar
a qualquer lugar que você queira
e ir onde o vento for, que pra nós dois
sair de casa já é se aventurar

Ah vai, me diz o que é o sossego
que eu te mostro alguém afim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar

Los Hermanos-último romance

Essa pra mim é de longe a música mais bonita do Los Hermanos.

Hoje ela me fez chorar. Não que ela já não me tenha feito,

é que hoje eu a ouvi( o que é diferente de escutar) de um outro jeito, arte não é fascinante?.

É interpretada de várias formas por pessoas diferentes e várias vezes pela mesma pessoa. Sempre tem um detalhe que você só percebe depois de um tempo...mas o post não é sobre arte em si, mas sim sobre interpretação. Nunca fui muito fã dos trapalhões, mas lembro de uma frase do Didi que cabe muito bem aqui:”-Assim como são as coisas são as pessoas.” Tive boas surpresas com algumas pessoas ou situações que julguei a primeira vista. As segundas ou terceiras impressões foram as que ficaram. Como um quadro ou uma música, tive que olhar duas ou três vezes pra enxergar o que elas tinham além. Ninguém pára estamos constantemente gerando novas impressões . Às vezes até contraditórias, mas isso que nos faz conhecer o outro e nos fazer conhecidos também.... Quando canto uma música, busco entender a sua essência para melhor interpretá-la e fazer com que o outro a enxergue da melhor forma possível. A essência é a impressão e ambas são invisíveis aos olhos.


terça-feira, 23 de junho de 2009

À minha prole


Depois que passa a gente consegue enxergar as coisas. Passa tão rápido, talvez esse seja o motivo dessa "cegueira" repentina. E eu ser repleto de questionamentos, passo a ser responsável por muitos seres com tantos ou mais questionamentos que eu. Passar para o outro lado é lindo, gratificante e aterrorizante.Mas o medo de não ter resposta desaparece frente aos olhos que brilham perante tudo que é novidade. E tudo é novidade. E conviver com quem enxerga o mundo com os olhos de criança curiosa, nos devolve a esperança, que vai embora dia a dia sem que a gente perceba por causa de nossa rotina...E a novidade passa a ser de todos.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Papo fiado de solteira


Dia 12 de junho...data emblemática para se postar algo no blog, que por falta de tempo andava desatualizado...Assinar o atestado de solteira , visto que eu poderia estar fazendo algo melhor...Falta do que fazer?talvez...tá chovendo pra caramba! Poderia ligar pra algumas amigas também solteiras (e não são poucas) e dirigir-nos ao bar...Pra falar mal de homem (adoraaamos isso!). Dá pra fazer isso depois...hoje seria mais estresse do que diversão...todos os lugares de Niterói estão lotados! Melhor ficar em casa quietinha. Mas a reflexão do post de hoje traz um questionamento: Por que tem tanta gente insatisfeita de estar só???Ás vezes é divertido, com certeza, não ter de dar satisfação a ninguém...mas depois de um tempo isso vira necessidade...Meu palpite? As pessoas tem medo de se arriscar, de passar por ridículo, serem bregas, múltiplos sinônimos...mas não será aí que está a graça?
Como diz o poeta:”É impossível ser feliz sozinho...”
Esta pseudo-escritora que vos fala, que sofre de paixonite aguda múltipla(interpretem como quiser), deseja aqueles que tem um alguém um ótimo dia dos namorados!
Clima ótimo para um vinho!!!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

...


Acho que, como a maioria das pessoas, eu não lido bem com mudanças. Isso pode soar meio paradoxal frente a tudo que eu tenho escrito desde o começo do blog. Não digo mudanças em geral... só em relação a algumas “coisas” como exemplo, as pessoas. Constatar a mudança de alguém... algo maravilhoso e assustador . Nos acostumamos com tudo. E a idéia de mudança mesmo que seja pra melhor, às vezes precisa de um tempo para se amadurecida. Sempre há a inevitável comparação com o antigo, que é comum, por comodidade julgarmos melhor. Alguns amigos meus mudaram muito de uns tempos pra cá e estão felizes como estão e eu estou feliz por eles...mas às vezes penso que o antigamente era melhor e esqueço que alguém deve pensar exatamente a mesma coisa sobre a minha pessoa .

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Do Chico

Meu Caro Amigo


Meu caro amigo me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando e também sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo o pessoal
Adeus

Composição: Chico Buarque / Francis Hime
Essa música retrata um pouco o viver nos tempos da ditadura...Um chorinho fenomenal!Ahh Chico né!?O ''caro amigo" pelo que li em alguns lugares é o Augusto Boal, autor e diretor de teatro, o mentor do "Teatro do Oprimido".

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A novidade era o máximo ,um paradoxo estendido na areia...

O que diferencia o culto ao clássico do culto ao antigo? Muitos não fazem distinção entre os dois, mas há uma linha muito tênue nessa fronteira... Dentre tantos lugares onde essa discussão faz-se presente cito a música. Muitos amigos meus defendem ferozmente a idéia do “só o que é antigo presta”. Eu adoro a música antiga, mas concordo com eles até certo ponto. Aonde é que o bom gosto se transforma em saudosismo exagerado? Acaba-se criando um pré conceito ao novo. É fato que há tempos não passamos por um período fértil no cenário musical, como na época da tropicália, por exemplo. A música sempre acompanhou os períodos da história, a sociedade. A impressão que dá é que ela amadureceu e desde então vem morrendo, como se não tivesse porquê de ser. Um reflexo talvez de nossa sociedade apática. Mas creio que na época da tropicália ou da bossa nova, muita gente não estava nem aí para elas. Vieram a se interessar depois que o período tinha acabado...vai entender?

Tem muita gente fazendo trabalhos bacanas por aí. E se estas exceções devido à falta de incentivo, desistirem de agradar aos nossos ouvidos, o que será de nós?Ou ainda, se a gente só der conta de ter vivido numa época importante depois dela ter passado?Não vai dar pra chorar sobre o leite derramado no dia de ontem. Então que venha a novidade!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Imagine!



Dia desses, um amigo estava me falando sobre a dificuldade que uma estudante de letras disse ter em compreender o átomo. Sem muita surpresa. Algumas pessoas vão além, batem o pé afirmando que ele nem mesmo existe, e questionam como é possível nós químicos estudarmos algo que para eles é tão abstrato (Se nós somos malucos os estudantes de teologia, filosofia, psicologia...tá todo mundo no mesmo barco!).
Meu amigo futuro professor, lançou mão de toda a sua didática e pensou num jeito de fazer as pessoas compreenderem de uma vez por todas algo que é simplesmente a essência de tudo. Tarefa difícil, mas recompensadora. Só de olhar a cara da pessoa passar de paisagem a quase um sonoro Hããããããã entendi!Nossa te faz ganhar o dia. Precisamos de tradutores o tempo todo. Pessoas que captem algo grandioso e nos ensinem com a linguagem cotidiana. Essa técnica é muito antiga, como Jesus poderia passar a Sua mensagem para um povo tão humilde, se não fosse pelo método mais simples, a imaginação?Ela não precisa de dinheiro na conta para existir. A gente tem necessidade de imaginar, sonhar pra transformar.

terça-feira, 31 de março de 2009

Modernos?


Engraçado como determinadas situações propiciam a aproximação das pessoas. Talvez porque nessas situações elas são praticamente obrigadas a conviver e, por algum motivo se sentem acuadas, entediadas, indignadas, com baixa auto-estima, enfim, frágeis.

Dentro do ônibus, quando o mesmo é fechado por um alguém (-Irresponsável! Como é que pode!)... em frente a banca de jornal, quando compartilham acerca de um determinado assunto(-É um absurdo não é “minina”!)... na fila da carne (-Que preço é esse?!Daqui a pouco o pobre não vai mais comer carne!)...Na sala de espera do médico, no caso feminino,um caso típico: recepção de clínica ginecológica. Ambiente altamente propício pra se fazer amizades, sim! Começando pela decoração, onde as cores alegres e florzinhas disputam espaço... segundo: um monte de mulher junto. Assunto que não acaba mais! Depois de uma tarde na sala de espera você se despede de sua antiga amiga de duas horas com intimidade suficiente pra ter o telefone de sua casa pra marcar um café. Outra ocasião na qual notei esse alto clima de solidariedade foi no dia do teste psicotécnico pra auto-escola... todo mundo tenso, olhando pra cara do outro, até que o primeiro corajoso fala o que todo mundo tá afim de perguntar (-Na 2ªquestão qual que você marcou?). E as pessoas tão individualistas, acabam cedendo à presença do outro. Acho que esse censo de auto proteção solidária remete ao tempo de nosso tatatata3ravô, na época das cavernas, quando por questões de sobrevivência o homem era obrigado a viver em grupo. Quando nos sentimos acuados, queremos alguém por perto. E surpresa!Não é que as coisas parecem dar certo?! Não evoluímos em todos os sentidos!

sábado, 28 de março de 2009

Ira! (não a banda)


Meu amigo pv teve uma idéia interessante...pediu pra alguns amigos escreverem a respeito dos sete pecados capitais...um tema mas nenhuma idéia a princípio. Resolvi escrever sobre a ira. Por que? Porque acho que é um dos sentimentos mais a flor da pele. Quem pode dizer que nunca teve vontade de voar no pescoço de alguém se é que já não o fez? E são inúmeras as ocasiões e situações nas quais a ira aparece. No dia de céu mais azul, quando cremos veemente que “everything is gonna be alright”, acontece uma coisinha não planejada, e parece que o mundo vai acabar. Talvez porque qualquer coisa que fuja de nosso controle nos assuste, talvez por medo do imprevisível, de quão preparados estamos para ele. Mas é certo que acontece. E se a gente se estressar com tudo que foge do nosso controle viveremos pra reclamar, viveremos nos mortificando. A ira é um sentimento, podemos senti-lo, mas ganhamos muitas estrelinhas douradas quando exercitamos nosso auto controle... Um amigo me disse certa vez que às vezes é melhor não tomar decisões quando a emoção está falando mais alto. Às vezes quando paramos pra pensar depois da explosão, nem valeu tanto a pena tê-la feito. Outras vezes, se não tivéssemos rodado a baiana naquele momento, provavelmente teríamos desenvolvido uma úlcera... O difícil é discernir quando tomar a decisão mais acertada ...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Nada novo de novo

Passando por mais um de muitos que já passei e ainda vou passar... Acho que todo mundo vez ou outra fica assim... momento introspectivo, melancólico, de dúvida, fuga, mesmice, tédio, falta de inspiração... A diferença é que a maioria das pessoas não pára pra pensar no que está sentindo... sei lá , talvez por medo de viajar fundo demais ou por achar isso bobagem, “vamo tomá um chope que isso passa”!.
No meu caso é isso tudo e a sua negação. Difícil né?
Desse jeito por esses dias...


Ahh terminei de ler Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Muito bom. Leitura leve e intensa. É até redundante recomendar a obra machadiana, mas o faço.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Veja Vik


Recomendo a exposição de Vik Muniz, no MAM Rio até dia 22/03, quase que com um grito de corra antes que acabe. Esse artista reformulou o meu conceito de arte. Vik(veja só a intimidade), tem uma visão micro/macro incomparável, uma sensibilidade fora do normal e uma criatividade que simplesmente não se define. Consegue enxergar o que nossos olhos insensíveis, ou apenas dentro dos padrões não conseguem. Se aventura pelo cenário da pintura e fotografia. Arte com coisas inusitadas...Calda de chocolate, diamantes, lixo.Artista completo.Brasileiro.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Do outro lado


Pelos cantos das ruas há muitas pessoas imersas numa triste realidade. Às vezes nem as vemos. Os nossos olhos querem novidade; infelizmente pessoas nessa situação tornam-se apenas um reflexo do capitalismo voraz no qual a nossa sociedade se encontra. Pois bem, nossa sociedade. Estamos inclusos nela. Logo, somos em parte responsáveis por isso. Mas não é por esse lado que eu quero seguir com o texto. Às vezes observo essas pessoas, ajudo como posso... questiono sempre o motivo que as levou a tal situação se foi a falta de sorte, ou a falta de ambição na vida.E observando mais além, vejo muitas vezes que embora nessa situação, muitas delas olham pra dentro de si e exteriorizam coisas belas, outras vezes sem muito sentido, mas algo que contraste com a triste realidade exterior...Como o ser humano surpreende. Admiro estes escritores, artistas ou profetas de grito mudo. Precisamos de mais gentileza.

Marisa Monte

Gentileza

...

Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza

Por isso eu pergunto
À você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria

O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o Profeta

domingo, 15 de março de 2009

...

Esquadros
Adriana Calcanhotto


Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!

Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção
No que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Ai, Eu quero chegar antes
Prá sinalizar
O estar de cada coisa
Filtrar seus graus...

Eu ando pelo mundo
Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
Transito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo
Me mostro
Eu canto para quem?

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

domingo, 8 de março de 2009

Travessia

Tive a sorte de pegar a barca a tempo. Realmente isso não é algo extraordinário, que mereça tanto destaque, mas quando é sexta feira, você está acordado desde as 6am, e a próxima barca é a do horário das 10:30 pm, isso é algo a se considerar...Passada a espera da fila de embarcação, acomodei-me e dei o meu suspiro de finalmente!
A barca das 10 é uma antiga, o que significa que você precisa ter algo a fazer, pois o tempo de viagem é mais longo. Como estava sem meu mp3, e sem vontade alguma de ler, pus-me a observar as pessoas. A começar pela corrida de alguns rumo ao lugares preferidos, aquele de costume, corrida no sentido literal, fato engraçado. Alguns já despojados dos ternos, com a cervejinha na mão. Alguns a pensar na vida com o olhar perdido para fora da janela, alguns namorando, outros fazendo planos pro final de semana, outros com o olhar a procura de alguém especial que, por que não poderia estar alí naquela barca, outros rindo da vida, alguns concentrados nas notícias, e por fim alguns dormindo. Eu me identifico com cada uma dessas pessoas, dependendo do dia. O tempo passou bem rápido. No final da viagem um indivíduo que desfrutava de uma bela e invejável cesta, teve o sono interrompido bruscamente quando alguém gritou:"Acorda aê mané já chegou"; dá pra imaginar a cara do camarada e a de quem viu a cara dele né?Foi uma boa viagem.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Come together!


Estava hoje lendo umas reportagens quando uma particularmente me chamou atenção: “Universidade de Manchester cria curso exclusivo sobre Beatles”. O curso é de 1 ano e meio e com certeza, criará polêmica e tumulto como tantas outras coisas relacionadas aos garotos de Liverpool. Mas que é um curso que eu gostaria muito de fazer...ahh isso é. Imagina as disciplinas?Paul1, Paul2, História georgeana clássica, Pedagogia lennoniana, Antropologia ringoística... Imaginar quais seriam as matérias é engraçado, mas não mais do que imaginar qual seria o título que ao final do curso eu receberia...

segunda-feira, 2 de março de 2009

Destinos e descobertas


Viajar é muito bom. Não importa se for pra perto, longe, numa leitura.

Desligar-se de si de alguma forma é muito bom e quem já experimentou fazê-lo pensa até ser essencial. Acho particularmente tão bom porque depois de feito, passamos por uma sensação ímpar, fora o prazer de estar viajando: O retorno a si. O retorno ao que é seu. De alguma forma você enxerga o seu mundo por alguns instantes como se este não lhe pertencesse, você é mero expectador de si próprio. E com isto, se você acha que a sua vida precisa de um rumo, arregaça as mangas e mãos à obra! Se você está feliz como ela está, sente-se orgulhoso por ter contribuído para isto. De qualquer modo você passa a ver as suas coisas com olhos diferentes. E elas passam a te pertencer com uma intensidade muito maior. Uma viagem com o destino surpreendente.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Folia enfim

Sabe aquela história do agora vejo em parte, depois verei totalmente?Foi exatamente o que aconteceu comigo:A descoberta do carnaval. Odiava essa época do ano , por achar essa festa popular totalmente apelativa, de mau gosto...talvez isso fosse devido à rebeldia adolescente , onde gostar de carnaval era uma ofensa imperdoável a São Kurt Cobain...Sei lá.
Mas o tempo passa e a gente passa a ver as coisas de outros pontos de vista...Graças a Deus!
E eu passei a perceber toda arte, dedicação, amor que as pessoas que vivem para/do carnaval tem...sem dúvida é algo muito bacana de se ver...uma alegria que só sujeito ruim da cabeça ou doente do pé...não sente.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

tá chegando?!!!


Já se começa sentir o clima de marasmo no ar, vontade nenhuma de trabalhar,
capacidade nula de se concentrar nos livros...
Os corações batem num mesmo compasso,
as pessoas ficam mais leves(mais altas também)...
Quem é do samba exerce toda a sua majestade
todo mundo tem a sua oportunidade
branco, preto, índio, gringo
todos com seu estilo, procurando o passo certo em comum
Um mesmo batuque em cada esquina
fazendo de todos os lugares um lugar comum
Manifestação popular onde o povão se expressa de verdade
sem dúvida, sem medo, preconceito
com amor, com choro, orgulho
Que venha o carnaval!!!!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Don't worry


Causa-me verdadeira indignação o modo como todo mundo(no qual eu me incluo), tem a mania de dar crédito à coisas que não deveriam ser consideradas. Porque é que não aprendemos?Acho que na verdade, decoramos, o que justifica estarmos sempre esquecendo...Tudo seria menos estressante e nós menos estressados, se travássemos uma batalha contra o nosso “eu”crítico, sério, ranzinza...

Há uma discrepância, total nas, das, e para as pessoas.Levam o que não deve ser levado a sério e ficam imóveis a abanar a cabeça frente as tragédias matinais expostas nas bancas de jornal.Após a enriquecedor leitura, vão trabalhar, já tendo um assunto pra puxar numa hora oportuna.

Sei que não atingi ao patamar de serenidade que gostaria, vez ou outra dou meus petis, mas tento e tenho visto avanços. Ser leve...um desafio.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

imenso nada



passando por mais uma dentre várias crises criativas...
a minha inspiração é amiga do meu tempo
onde um está o outro se encontra
quando um se ausenta o outro desaparece
é muito difícil depender de algo tão inconstante que só dá as caras quando quer
e só resta esperar
pra poder começar

domingo, 1 de fevereiro de 2009

do Tom

Dindi


Céu, tão grande é o céu
E bandos de nuvens que passam ligeiras
Prá onde elas vão, ah, eu não sei, não sei
E o vento que fala das folhas
Contando as histórias que são de ninguém
Mas que são minhas e de você também

Ai, Dindi
Se soubesses o bem que eu te quero
O mundo seria, Dindi, tudo, Dindi, lindo, Dindi

Ai, Dindi
Se um dia você for embora me leva contigo, Dindi
Olha, Dindi, fica, Dindi

E as águas desse rio
Onde vão,eu não sei

A minha vida inteira, esperei, esperei
por você, Dindi

Que é a coisa mais linda que existe
É você não existe, Dindi
Olha, Dindi, adivinha, Dindi

sábado, 31 de janeiro de 2009

O português e eu

Nunca quis nem de longe causar a impressão de ser escritora, jornalista ou

coisa parecida desde quando criei o canto.Admiro muito essas profissões, por terem o poder de manipular a palavra de modo peculiar.O escritor vagueia entre o real e o imaginário,o jornalista expõe o que ocorre para e no mundo(ou pelo menos deveria, mas isso são outros quinhentos). Ás vezes as duas profissões se fundem...Manipular algo tão poderoso como a palavra requer muita responsabilidade, coisa que não quero mesmo assumir. Tenho a engenharia como álibi(me desculpem os engenheiros).

Estava dando uma olhada nas novas regras da língua portuguesa...Tantos anos de dedicação pra aprender quando e porque da crase, acento circunflexo, agudo...tudo por água abaixo! Que foi por uma causa maior, tá legal, entendo. Mas sinceramente, acho que algumas palavras até perderam um pouco de seu charme. Não me esqueço do elogio da tia da escola ao ver as tremas no cinquenta do meu caderno de caligrafia. Quanta sofisticação!

Tenho como todo mundo que me adequar às novas regras...mas sem muita pressa, ainda

faço engenharia...os escritores que terão um trabalhão...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A volta pra casa

A volta pra casa foi tranquila, com sensação de dever cumprido, não por ter me dado bem em qualquer aspecto que seja, mas pelos bons ares que a alta auto estima me permitiu respirar. Peguei a já familiar condução(no sentido próprio da palavra, porque depois de um tempo faz-se amizades com trocador, motorista e o busão vira sua segunda casa, afinal de contas eu completo as minhas horas de sono dentro dele) e dirigi-me ao aconchego do lar .É interessante e/ou talvez triste o fato. As pessoas que entram no ônibus, sempre procuram o lugar mais afastado, isolado, se possível numa galáxia mais distante...chega a ser um desconforto sentar-se ao lado de alguém proferindo uma simples expressão de "com licença?".É como se você estivesse invadindo o território da individualidade de alguém. Pensamento tolo enrustido meio que inconscientemente em nós.Sim, porque eu também me isolo, quando não por esse fato, pelo sono mesmo.Mas o que há?Será o medo de se expor, excesso de preservação, vergonha ou antipatia mesmo?Não sei, mas há tempos isso me incomoda...a viagem fica tediosa;e a possibilidade de ouvir histórias, vidas enfim, diversidade, simplesmente não acontece. Pelo menos a falta de papo, me levou a pensar...já me encontro na Joaquim Távora,Icaraí.Falta pouco pro aconchego.

domingo, 25 de janeiro de 2009

a vida que quer imitar a arte


Hoje fui ao cinema da uff pra assitir o novo filme do woody allen, vick cristina barcelona.Dirigi-me à sala de cinema(de tom meio rústico, que dá um charme próprio à esta) acompanhada de minha pipoca, tentei me manter sem expectativas.
(Se você pretende ver o filme vá pro final do post)
É um filme bacana, uma história envolvente. Descrevendo o mínimo,o filme se passa na Espanha, tem uma bela fotografia, e conta a história de duas amigas bem diferentes no que diz respeito à visão de vida. Uma , noiva, tem sua vida e futuro todo planejado...a outra acha que a vida é feita de experiências, nada tem a perder...as duas se envolvem com um belo boêmio pintor espanhol e vivem diferentes sentimentos...no desenrolar da história a certinha(pela qual eu torci todo filme) se casa , e pensa em jogar tudo pro alto pra viver seu romance com o pintor, o que não acontece.A frustração foi inevitável, como temia.
(Recomece aqui, não quero ser estraga prazeres po)
...a gente é acostumado a esperar pelos clichês e qualquer coisa que fuja disso se converte em decepção...na verdade, acho que todo mundo espera um belo clichê, nem que seja num filme.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

...

às vezes é melhor aproveitar
deixar a chuva estiar pra escapar
às vezes é melhor insistir
esquecer o medo e tornar a prosseguir

só pra não dizer que não postei nada...sem mais delongas

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O que será que será?


Pacifistas dão adeus acalorado a Bush...mas...se a esquerda assume o poder, continua sendo esquerda?

sábado, 17 de janeiro de 2009

Santa chuva


De repente o tempo do sábado à tarde se fechou. Novidade alguma, o tempo se encontra tão instável ultimamente. Mas essa tarde foi diferente, pois eu vi o tempo fechar da minha varanda, e não no meio da rua, como o corre corre do dia a dia sempre me obriga a fazer;diferente porque eu não tinha absolutamente nada a fazer. E o cheiro de terra molhada me remeteu facilmente à minha infância, quando uma situação de chuva só era boa como desculpa pra matar aula...de resto era um tédio só...contemplei a tarde...
Estranho como a gente nunca está satisfeito com nada.
Quando criança queria um motivo pra sair. Agora procuro uma desculpa pra ficar.

Cada coisa em seu tempo.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

De que lado?defendo o meio!

Tava lendo no site da Rolling Stone, uma matéria que me deixou um tanto quanto perplexa: 95% dos downloads de músicas são ilegais...jura!?Me encontro na sinuca de bico...por um lado não sou tão cara de pau a ponto de levantar a bandeira contra porque já fiz e faço uso disso(que atirem a primeira pedra!)...mas por outro, como música sei que a pirataria atrapalha e muito o desenvolvimento e aprimoramento do trabalho dos músicos...sem contar a indústria que gira em torno disso, que precisa se manter de pé(tá bom que os camelôs da uruguaiana também precisam...tudo bem);

O fato é que a cultura no Brasil é muito cara, como um todo, englobando todas as artes, absolutamente tudo relacionado à ela(sem preocupação em ser redundante, quero enfatizar mesmo)...a cultura é feita para os “cultos”, poucos!

E a idéia da democratização da cultura, não é nova, nem minha...abaixem o custo dos cds, das peças, filmes que a pirataria também diminuirá...óbvio!

Vejo um avanço a passos lentos...mas enquanto isso, o que nos resta é absorver a cultura que a tv nos proporciona...O Big Brother Brasil está no ar!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

éééé


Fato inspirador
O retorno mais do que esperado dos Los Hermanos aos palcos do Rio de janeiro, num festival que dentre outras bandas terá a apresentação do Radiohead.
Sim é verdade! Embora a banda não agrade a gregos e troianos, sou apaixonada pelos hermanos, e espero como todo os fãs que esses shows tragam novidades e quem sabe um sólido retorno
quem viver verá!
"O vento vai dizer lento o que virá..."