sábado, 30 de outubro de 2010

Arte

Tava olhando as fotos que alguns fãs do Los Hermanos tiraram da intitulada mini turnê que eles fizeram...mas esse post não é sobre o Los Hermanos não...

Impressionante como algumas pessoas conseguem ir além do registrar o momento...registrar a emoção ...tarefa árdua, pra poucos... (exalto aqui o Renan do blog Ponto e vírgula...esse parece que já nasceu com uma câmera na mão rs).

Falar de arte pra mim, é como falar de religião ou política....se discute, discute, mas nunca consegue-se chegar a um ponto em comum ...o único ponto é que não há ponto algum.

Só quem já esteve em cima de um palco ou expondo de qualquer outra forma a sua arte, entende a aterrorizante e maravilhosa sensação de olhar pra cara das pessoas, e saber que além de se fazer enxergado, é o se fazer visto...mesmo que pra poucas pessoas...(as outras podem estar no celular, pedindo o frango à passarinho, ou levantando pra ir ao banheiro).

E além de olhar pras pessoas, perceber na cara delas a reação que você causa...e como cada um tem uma reação diferente, perceber um turbilhão de emoções distintas ao mesmo tempo...
Tudo isso limitado por alguns segundos...
Impagáveis. Inesquecíveis.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

vida

Quase sempre e por esses dias de vida corrida,

Me pego olhando pro nada. Parada por algum tempo breve o suficiente pra não ser mensurável.

Pensando na vida, e no quanto ela tem andado vã por esses dias...

Vã em sua melhor definição ...diria imaginária.

De repente o que se acreditava distante,

Torna-se tão palpável a ponto de assustar...

Surpreendente.

Às vezes no sentido positivo...

Em outras no sentido oposto.

Mas o que me tranqüiliza é que por mais tempo do que às vezes,

Penso e faço com que a vida, apesar de imaginária,

Não seja vaga.

Porque às vezes também depois de uma noite de muitas horas de sono,

E muitos sonhos de horas,

Nos recordamos do sonho mais intenso.

E recente.

Que talvez não tenha durado mais do que cinco minutos.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Na estrada


É sempre bom viajar.E dessa vez, a viagem foi longa o suficiente pra não deixar vontade por um bom tempo.Destino:Maceió.Tempo de viagem: aproximadamente 40 horas, podendo se estender por mais algumas horas, se acontecesse qualquer imprevisto.Que aconteceu. E a delegação carioca de engenharia química, ficou esperando no posto por um resgate...Após algumas horas, um sonhado ônibus(1000 vezes mais confortável do que o que tinha quebrado) surgiu, e após boas horas de viagem, um dvd de Zezé de Camargo e Luciano, e alguns adormecendo em vômito esplêndido, chegamos ao nosso destino final.
Congresso é tudo igual né...festas e festas, e o juízo indo embora a medida que o álcool entra...
No alojamento, mais insuportável que o ronco e a sujeira só o som. O som da suingueira bahiana, que cá pra nós cariocas, é a lambaeróbica. Como lá se ouve esse ritmo dos infernos!No começo a gente até dança, leva na esportiva...mas depois de horas ouvindo dá vontade de cortar os pulsos com os dentes!
Dá pra fazer várias amizades...o povo nordestino é muito simpático!
Se você não aprender a dançar forró lá, desiste porque não é mesmo pra você...
É um povo muito simples...a desigualdade social é berrante, e a população menos instruída(como em qualquer lugar do mundo), altamente manipulável...Muitos defendem o Collor de unhas e dentes...
A paisagem é belíssima...
Tentei pensar na vida de forma mais profunda durante a viagem...pela janela só plantações e plantações, grandes pastos com algumas poucas cabeças de gado, pequenos pastos com muitos barracos de sem terras, e vez ou outra, casinhas no meio do nada.Parece até outro Brasil.Parece que o tempo passa diferente para aquelas pessoas.
A única coisa que pude concluir, é que a gente precisa de bem menos do que imaginamos pra viver.

sábado, 17 de abril de 2010

Sobre o silêncio


Há o silêncio da pausa da melodia
E o silêncio da pausa na harmonia
que de repente faz começar uma guerra
Há o silêncio da expectativa
E o silêncio da espera
O silêncio do suspiro
O silêncio de quem entendeu
E o silêncio que precede o esporro
Há o silêncio da vergonha
O silêncio da vergonha alheia
Há o silêncio da saciedade
O silêncio do cansaço
Às vezes até o olhar silencia
Há o silêncio de quem perde
o silêncio do esperto que ganha
e ainda, o silêncio do sábio que aprende a perder
Há quem pense que o silêncio é destino
Pra mim o silêncio é origem
Todo silêncio é relativo
Porque a vida faz barulho em seu pulsar
Se há o silêncio absoluto
Ele nada expressa
de nada serve.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

.

Se me contassem do que está acontecendo, e eu não soubesse em que dia nós estivéssemos, acho que eu pensaria que tudo isso não passa de uma mentira de muito mal gosto de 1º de abril. Mas infelizmente o 1ºde abril já passou há algum tempo, e a cidade sorriso esboça um sorriso amarelo, triste. As águas carregaram tudo de muita gente outros conseguiram salvar o seu tudo, ou seja, a sua vida e a de quem é importante. Histórias se ouvem muitas...a gente brava transformou-se em brava gente. Percebo o quanto o ser humano pode ser bom quando quer...e que na verdade, precisamos de bem menos do que imaginamos .

sábado, 6 de março de 2010

Da apreciação musical

Tenho um professor na Villa Lobos chamado Julio Cesar. Um cara tem um conhecimento geral fantástico. Ele dá uma matéria chamada apreciação musical. O nome sugere bem pouco do que se trata o real conteúdo da matéria. Hoje o Júlio iniciou a aula falando da física do som... a acústica, a matemática. Traçou um paralelo entre a mais exata das ciências e a mais perfeita das artes. Então o Júlio começou a falar a respeito da origem da música. Alguns na sala, cristãos, quando questionados, disseram que ela é proveniente da fonte da sabedoria. O próprio Deus (essa é minha opinião também). Ele que é ateu defendeu a tese de que a música vem do universo, acredita em vida inteligente em outros planetas, e que nesses também deve haver suas músicas características. Falou a respeito do satélite do filme Guerra nas Estrelas que levava mensagens em baleiês para outros planetas. Sabia que a NASA enviou para o espaço uma nave que levava consigo músicas dos Beatles e grandes nomes da musica terráquea para se eventualmente fosse achado por outra civilização, esta soubesse que a gente existe?Interessante. Então o assunto retornou à Terra . Aqui , antes de dominarmos a arte musical, os cetáceos (baleias) já o haviam feito. Biólogos já até decodificaram o canto das baleias...
Então entramos numa discussão: O que pode ser classificado clássico ou popular?
Um clássico é clássico porque é popular, vide a quinta sinfonia de Beethoven (aquela do comercial do pão Vickbold) quem não conhece? Falou-se da civilização grega, da qual herdamos o sistema de musica ocidental. Falou-se também do quanto que a cultura em geral é elitizada, de difícil acesso. Falou-se de política logo após.
E vem agora alguém me dizer que engenharia química não tem nada a ver com música? Hunf!

Se alguém pensar que estou puxando o saco do professor, a matéria de apreciação não me dá nota em nada e o Júlio não será meu professor em períodos seguintes... Visto que eu estou no último.

Você sabia?
Como todos os mamíferos, os cetáceos também dormem, mas não podem ficar completamente inconscientes para poderem respirar. A solução para este problema foi resolvido pela evolução: apenas um hemisfério do seu cérebro dorme de cada vez. Os cetáceos dormem cerca de oito horas por dia.

Se música é matemática e música é perfeita Deus é um grande matemático e músico. Acho que Ele curte Blues.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Samba deles















Maria do Socorro
Suas pernas torneadas
Pelas ladeiras do morro
Ela vai no baile funk
De shortinho top e gorro
É afim do Zé Galinha
Mas namora o Zé Cachorro

E no baile
Só da ela
Só da ela
Ja foi miss comunidade da favela
Hoje sonha em morar noutro lugar
Mas Zé Cachorro não deixa
A gata se queixa
Mas fica por lá

Maria Rita-Maria do Socorro

Tava ouvindo essa música e de repente me peguei criticando a Maria (não tenho nada contra ela não, até curto algumas músicas). O mais recente trabalho dela é sobre samba. Pensei sobre como alguém que nunca pisou numa favela, pode querer capturar a malandragem, mais ainda, como quem nunca conviveu com as tristezas de cotidiano sofridas pela gente sofrida do morro pode conseguir dar o tom de tristeza-esperançosa-chorosa-apaixonada ao samba que canta? Acho difícil. Não só por ela não, falo por mim também e todos os músicos que vivem fora dessa realidade; me acho incapaz de fazê-lo. O samba do asfalto é interpretado. O samba vivido do morro, esse sim é cantado. E está cada vez mais na moda gente do asfalto interpretar samba né?Uma febre! O Brasil há muito exporta a imagem de país do samba. Muitos(turistas ou brasileiros mesmo) compram enganados esse produto...não sabem que a essência do samba não se vende. Se vive.